segunda-feira, 31 de outubro de 2016

OPINIÃO: Por que ficar?

O maior pedido é o sim. E o segundo maior, o “talvez”. A pesquisa dos torcedores nas redes sociais mostra que, de fato, chegou a estação de mudar o foco e olhar para o extra campo. Parece um pouco tarde, é claro, já que um futebol levado a sério durante o ano inteiro é novidade pelos lados do Aldo Dapuzzo. E é assim mesmo que começamos: como é bom ver o Leão em campo em pleno mês de Outubro! Embora apenas uma ressalva diante desta introdução que busca preparar o leitor para a chuva que vêm a seguir, é impossível deixar de vibrar. Agora ponha a sua capa e pule para o próximo parágrafo.

Como o próprio Presidente diz, é melhor trabalharmos com fatos e dados. Seguindo essa linha de raciocínio, esquecemos os boatos de insatisfações internas no clube e as más intenções do popular grupo de parasitas que ronda a Linha do Parque sempre que o interesse geral é maior que o pessoal. Por vezes anônimos, por outras nem tanto. A intenção aqui é analisar o resultado. Muito além das 11 vitórias e dos 34 gols marcados, mas também a aprovação e conquista dos jogadores, junto a linha crescente no número de sócios.

No início da caminhada, a incerteza era realidade. O grupo de transição virou chapa oficial e a eleição foi favorável à renovação. O primeiro passo para a mudança começava com as boas heranças: algumas já existentes, outras em trâmite junto à antiga diretoria. Sim, é claro que falo de Domingos Escovar. Indiretamente, Vítor Magalhães foi ajudado através das melhorias criadas pelo presidente passado. Inclusive, durante o ano, este foi inúmeras vezes elogiado pelo atual mandatário do clube. Foi de lá que surgiu, em meio ao fraco poder financeiro, um garimpeiro de atletas bons e baratos: este é Renan Mobarack. Um diretor de futebol comprometido. Contagem regressiva; dada a largada.

Primeiro semestre, Gauchão. Apenas Gauchão. A luta contra o rebaixamento era disparada pela mídia como o maior objetivo do São Paulo. Hélio Vieira chegou e um perfil foi definido. “A partir de agora, o Rubro Verde tem uma cara” eram as palavras de uma diretoria focada na identidade do clube e de sua torcida. E sim, o Sampa é vencedor! A comissão escolheu os Leões, a torcida quebrou barreiras, protagonizou verdadeiras invasões e a Série D virou realidade. Derrubando o Grêmio em casa e intimidando o Inter em pleno Beira-Rio, o Rubro Verde cumpriu a verdadeira missão que o clube adotara no começo de Janeiro para buscar sucesso durante o Estadual. Sim, senhoras e senhores, 34 anos depois, Rio Grande pôde ver uma partida de futebol válida por um Campeonato Nacional. E o rebaixamento ficou distante. O Estado viu o São Paulo nas quartas de final.

Os bons resultados frente à dupla mostravam que, era possível buscar o protagonismo na competição que batia à porta. Com o time reforçado, e duas vitórias de largada, Tiago Nunes prometia uma revolução no modelo de jogo. Com o contrário em execução e a desclassificação logo na primeira fase, nem mesmo a Copinha serviu de consolo. Técnico demitido. A atitude da diretoria resultou na contratação de alguém mais simples e dedicado no objetivo de aproveitar a oportunidade. O final não foi dos melhores, mas a apatia foi embora. Vimos ação, e não omissão.

Hoje, os olhares retornam para o que acontece do alambrado para fora. Novamente assustam os interesses pessoais e o retrocesso que eles representam. Mais uma vez, o torcedor é quem sofre. O que mudou? O próprio lema diz: o Leão escolheu crescer. Crescer na gestão; crescer no pensamento; crescer na coragem! O trabalho foi executado com sucesso! Agora, é chegada a hora da continuidade. Esta, tanto discutida desde os primórdios da gestão. É o momento de dizer “sim”. A oportunidade de estufar o peito e gritar com orgulho: “Sou Rubro-Verde” por muito mais tempo. Que me desculpe a discordância, mas nenhum apoio ou preferência pessoal derruba os 3.278 caracteres deste texto. Aceitem. E aceite, Presidente. O São Paulo está em suas mãos.


Lucas dos Santos Martins

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