quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Leão de Judá: São Paulo vence o Grêmio, em partida heroica

Eu passei a noite procurando palavras para descrever o que foi visto no estádio Aldo Dapuzzo, nesta quarta feira. Realmente, foi muito difícil encontrar argumentos convincentes que, de alguma maneira, pudessem explicar o jogo sensacional que aconteceu em Rio Grande. Depois dessa breve introdução, começo minha matéria. 

O jogo entre São Paulo e Grêmio era visto por muitos (incluindo o técnico do São Paulo, Hélio Vieira) como uma luta entre Davi e Golias. Esse fato bíblico é atribuído a qualquer situação onde existe um embate entre o mais forte e o mais fraco. Apenas um milagre poderia ajudar aquele que era menos favorecido. Foi o que aconteceu na história, quando Davi venceu Golias. Porém, para fugir dos clichês, trago outra história. História de um descendente de Davi, conhecido como o Leão de Judá (esse termo é uma metáfora atribuída ao Messias, o salvador de todos). Contarei essa história, através dos lances capitais do jogo. 

O São Paulo entrou em campo embalado pela sua torcida, que lotou o estádio Aldo Dapuzzo, confiante em mais uma vitória do Leão. O adversário, no entanto, era o poderoso Grêmio que buscava afirmação no Gauchão. Os dois clubes tinham o mesmo número de pontos, fator que aumentava ainda mais a importância do jogo. Quem vencesse encostaria de vez nos líderes São José e Juventude. Aí começa trajetória do nosso Leão de Judá... 

Em uma bola respingada na área, o zagueiro gremista, Pedro Geromel ajeitou a bola para, o outro zagueiro, Fred chegar chutando, abrindo o marcador para o Grêmio. Como todo Messias, o São Paulo teria que lidar com adversidades, com situações indesejadas. Era a primeira vez que o Leão saía perdendo dentro de seus comandos, nesse campeonato. Como lidaria o nosso Leão, com essa situação? Para a alegria da torcida, da forma mais rápida possível. Após bate e rebate dentro da área, a bola sobrou para Thiago Corrêa pegar de primeira e mandar para o fundo das redes de Marcelo Grohe, Era o empate do São Paulo. Era a redenção do Leão. 

Thiago Corrêa comemorando seu gol. (Foto do ge.com)


No entanto, quanto mais se quer provar o seu valor, mais dúvidas aparecem. Mais adversidades cruzam o seu caminho. Mais provações teriam que ser vencidas. Logo no início do segundo tempo, após boa tabela de Everton com Lincoln, a bola foi lançada para Luan, que tentou duas vez, até marcar o segundo gol do Grêmio, colocando, novamente, a equipe tricolor na frente do placar. 

Apesar de todas essas adversidades, quem tem fé, em alguma coisa, acredita no impossível. O Leão de Judá é uma entidade do impossível. Um de seus agentes, digo, jogadores, fez com que o impossível se torna-se realidade, trazendo de volta a explosão para a Linha do Parque. Julio Abu, foi para a cobrança de escanteio. Depois de autorizado, o jogador rubro-verde bateu fechado e marcou um belo gol. Um gol olímpico. Um gol impossível. Impossível de não se emocionar. Era o empate do São Paulo. Era o fogo que o caldeirão rubro-verde precisava para esquentar de vez. 

Logo em seguida, o Leão de Judá mostrou porque é santo. Mostrou através de uma surpresa boa, tanto para nós torcedores, como para Goiano. O jogador recém havia entrado em campo quando, menos de um minuto depois, após Anderson finalizar e Grohe dar rebote, a bola sobrou para ele que mandou um canudo para balançar as redes e balançar ainda mais o Aldo Dapuzzo. O São Paulo virou o jogo de forma sensacional. De uma forma que nenhum conto poderia descrever.

E, assim, terminou o jogo. Vitória rubro-verde pelo placar de 3 a 2. Com a quinta vitória seguida, o São Paulo chegou aos 15 pontos, subindo para a terceira colocação na tabela, do Campeonato Gaúcho. A trajetória do Leão de Judá, no entanto, ainda não acabou. Mais provações virão pela frente. Mais desafios terão que ser vencidos. O próximo deles será contra o Brasil de Pelotas, em casa. No santuário rubro-verde. Local onde seus sempre fiéis torcedores estão acostumados a ver o seu Leão fazer milagres e realizar grandes façanhas. Mas não se enganem, senhores adversários. No Aldo Dapuzzo, na frente da sua torcida, o São Paulo não só faz milagres, como também não perdoa. O Leão não perdoa ninguém! 





Ilgner Vahl
Graduando em Letras - Português
FURG



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